Como já adianta o título do post, o desafio de Janeiro era ler um livro cujo autor é Europeu. Teria sido um grande problema pra mim, que soube do desafio somente no dia 30, mas, por sorte/destino/acaso/coincidência este mês li um livro de um escritor inglês e consegui completar o desafio antes mesmo de saber de sua existência (há). Acredito que, se eu tivesse me programado, teria lido outro livro, mas foi interessante do jeito que aconteceu.
Li o infanto-juvenil “Cavalo de Guerra”, de Michael Morpurgo (St Albans, Hertfordshire, England, UK - 5 de outubro de 1943), que ganhei de presente de alguém muito especial, que fez questão de fazer uma dedicatória singela e ao mesmo tempo profunda. Como você já pode supor, fui influenciada pelo filme, que estreou este ano e é dirigido pelo Steven Spilberg. Já posso adiantar que o filme foi apenas baseado no livro, já que não é uma cópia fiel do que o seu autor idealizou. Mesmo assim, consegue passar uma mensagem similar e tocar o coração.
Uma das coisas boas de o livro ter virado um filme é ter uma edição especial com o cartaz da película, que é muito mais bonito que a capa original. Bem, mas isto não é de fato relevante para a história, não é?
No livro encontramos a história de Joey, um cavalo meio puro-sangue, que é comprado por um fazendeiro em um leilão. No decorrer da história vemos que a sua aquisição se deu por mero capricho (de certa forma alcoólico), já que um cavalo de corrida não seria útil para arar a terra. Mas o verdadeiro senhor e, acima de tudo, amigo de Joey, será Albert, o filho do fazendeiro, dada à sua doçura e imensa empatia com o potro. Quando eclode a 1º Guerra Mundial, o fazendeiro vende Joey ao Exército Britânico, ocasionando na separação do amigos, já que Albert é muito jovem para e alistar. A partir daí os amigos são separados, mas aguardam ansiosamente por um reencontro, que poderia nunca mais ocorrer.
Apesar do público a que é voltado, o livro não se torna menos interessante. Pelo contrário, é bastante encantador; Não só mostra uma amizade tão forte que transpõe uma guerra, mas também todo o sofrimento que as batalhas trazem a todos, não importa de que lado esteja. Mostra Joey querendo apenas voltar para casa e esquecer todo o sofrimento, o que traduz o sentimento de alguém envolvido em tal situação, seja soldado, seja civil. Este aspecto me marcou bastante, já que o livro é bastante neutro e não puxa a sardinha pra nenhum dos lados (ao contrário do filme...cof,cof).
Algo interessante é o livro ser narrado na visão de Joey (sim, do cavalo), sem que isto infantilize a história. Muito pelo contrário, o cavalo é tão ou mais maduro, sensato e corajoso que muitos personagens; é só observar o modo que enfrenta o seu medo e ultrapassa as barreiras que o poderiam abater. Joey somente é superado pelo garanhão Topthorn, um outro “cavalo de guerra”, que o acompanha durante o tempo todo em sua jornada.
Mas não é só de cavalos que vive o livro: deparamo-nos com personagens encantadores, como a Emilie e seu avô, este sendo responsável por um dos meus trechos preferidos do livro, [SPOILER] que emociona ao tentar propagar a memória da neta.
Outro aspecto interessante é observar o amadurecimento de Albert, que, em um primeiro momento é um menino falante e de bom coração, e se torna um rapazinho obstinado (mas ainda falante).
É um livro de leitura rápida, com um preço acessível e que agrada por trazer uma mensagem otimista. Mesmo tendo um cenário tão avassalador, consegue amenizar o sentimento de angústia com a esperança sempre constante em uma narrativa quase poética. Você lê e fica feliz. E ponto final (ou quase, dá para aproveitar pra ver o filme depois e sair chorando da sessão).
Espero que eu tenha me saído bem em minha primeira resenha!
Obs.: Agora estou desesperada procurando um livro que tenha algum personagem com a letra Y. Encontrei apenas um sobre a lenda da Yara, mas ele só tem 19 páginas e isto é um acinte!
Créditos da imagem: